No conto da Bela Adormecida, Malévola é uma bruxa má que vem até o batizado da pequena Aurora pra lhe rogar um feitiço: aos 16 anos, ela teria o dedo picado em um fuso de fiação e morreria. Porém, a fada Primavera lhe concede como presente o sono eterno, a menos que Aurora fosse beijada.
Diretor de arte de “Avatar” e “Alice no País das Maravilhas“. Sua visão fantástica se reflete diretamente em Moors, que também tem uma leve influência de “O Senhor Dos Anéis“. A batalha inicial, com exércitos de diferentes espécies se enfrentando em campo aberto, tem muito da obra de Peter Jackson. Nesse cenário de fantasia com fadas e reis gananciosos, é que a origem da “maldade” de Malévola é contada. O pai de Aurora nada mais é que o garoto que lhe roubou o coração (e outro item mais importante). O filme não tem grandes revelações e o roteiro segue um ritmo bem divertido, não tem aquele clima dark que aparentava ter nos trailers. O elenco não é excepcional, mas entrega bem, principalmente o Rei Stefan (Sharlito Copley) e o corvo Diaval (Sam Riley). Alguns personagens até poderiam ter sido melhor explorados, mas não há espaço pra eles, afinal, éAngelina Jolie que rouba todos os holofotes. Pra variar…Um clássico absoluto que em 1959 foi transformado em um longa animado, pelas mãos da Walt Disney. De lá pra cá o mundo se acostumou com princesas e bruxas, fadas e príncipes encantados. O beijo do amor, a bruxa má e todo esse universo de contos infantis que colocaram pra dormir muitas criança. Mas, em 2014, a Disney, que após “Frozen“, mostrou que era possível fazer um filme de princesas sem príncipes encantados, desconstrói seus próprios contos para contar outros mais adultos. Ou nem tanto.
É incrível com Jolie conseguiu dar vida a personagem de 1959, a atuação dela é incrível. No ponto certo. O sarcasmo da bruxa, a maneira como caminha, como gesticula e até mesmo entonação de voz ao lançar seus feitiços são perfeitos.Malévola está no filme do começo ao fim, ao contrário da bruxa de 59 que só aparecia para destilar sua maldade. Mas aqui, ao contrário dos contos que você ouviu, Malévola não é má. Não é bruxa. Não é perversa. É apenas uma vítima da ganância do homem e, que no desespero da dor, tenta se vingar.
De bruxa a fada madrinha em 2014, Malévola age como uma tutora de Aurora. Mais uma vez a Disney se mostra corajosa, ao deixar de lado o icônico príncipe encantado, louro montado em um cavalo e pronto pra “salvar” a princesa de uma vida solteira. Esse novo cinema Disney é algo a pra se acompanhar de perto, a desconstrução de suas maiores características e mostrando que a vida não é apenas casar e ter pequenos príncipes. Malévola tem o tom certo para um conto de fadas, é divertido e visualmente belo. Jolie impecável. O amor verdadeiro não vem mais a galope personoficado em um príncipe, ele está na família, amigos e, porque não, em uma “bruxa”.



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